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Meu cacho, minha história

Da serie meu cacho...

Com certeza, todo cabelo cacheado tem uma história para contar, algumas boas, ruins e outras bem engraçadas (pausa para reflexão, rsrsrs), mas para ajudar as meninas que estão iniciando, passando e já passaram da transição resolvi entrevistar algumas amigas, que pessoalmente admiro muitíssimo e tem bastante bagagem para contar,  para falar um pouco de como foi sua transição capilar. Os entrevistados que já passaram por esse lento processo não "tão bom"; hoje  convivem com seus cabelos livre e feliz. A transição como o próprio nome diz é um momento de passar, refletir e principalmente de amadurecer é, justamente, nessa fase que nos encontramos e percebemos que a descriminação existe seja em casa, no bairro, no trabalho, na escola, enfim em qualquer lugar em que o outro não saiba ser humano. 

 

  Entrevista  com Erika Roanna.



"Tudo pareceu mais leve, o sorriso deixou de ser forçado, eu me encontrei,aprendi a ser sociável, ganhei personalidade, espaço e voz. Deixei de ser a humilhada para ser exemplo." Erika Roanna.










Ela é uma gata cheia de personalidade, de ginga e dona de sorriso inconfundível, Cristã que não nega sua origem negra, sua raça e força, enfrentou e enfrenta preconceito, mas é forte o suficiente pra manter um Black nas alturas. 

 ...

 Quando criança não se via nenhuma possibilidade de usar o meu cabelo natural, em razão do preconceito e os chamados estereótipos. Durante toda minha infância ouvir que negra do cabelo "ruim" e acima do peso não tinha vez na sociedade. Em virtude dessa ditadura minha mãe tomou a decisão de acabar em termos esse bullying já existente. Alisei as madeixas, meu lindo afro que só agora descobrir. Bom, segundo minhas tias eu estava me socializando. Porém, aquilo me aprisionou e fez com que eu me pusesse na posição de fugitiva. Fazia de tudo para não ser vista, aquele cabelo me privava de qualquer tentativa de ser livre, de ter personalidade.
Convivi dos 9 aos 17 anos com o alisamento.E de bom nada há.O dia do retoque era um terror para mim.Odiava o salão de beleza,a profissional, as clientes, a cadeira,o cheiro terrível do alisante,os espelhos,o dia em que passava lá era muito constrangedor.Sem perceber eu me tornei psicótica.Parecia que o cabelo só tinha resultado no primeiro mês, no restante eu passava todas as horas vagas pranchando-o e escovando-o para que ninguém tivesse motivo para falar.Frustrada tentativa, sempre havia um defeito.
Mas é incrível como Deus nos leva à pessoas certas.

Um belo dia, de belo ele não tinha nada. Era época de retoque. E no salão de costume não tive vez. Já havia lutado por uma vaga há dias e como não podia ficar sem o liso fomos à procura de uma cabeleireira indicada. Chegando lá me recebera muito bem, já estávamos combinadas qual seria o trabalho feito naquela tarde, mas, de repente ela parou e disse “Quer saber, não vou fazer isso! Seu cabelo não merece e você vai me agradecer depois." na hora nem passou pela minha cabeça o que ela estava querendo. Me virou a frente dela e pediu que eu a autorizasse e tivesse confiança. Confiei! Saí de lá apavorada, não sabia como ia fazer, meu cabelo agora tinha mais ou menos dois dedos, não dava para escondê-lo. Na época estava quase aos 18 anos e fazia pré-vestibular. Entristeci-me, ainda me sentia o patinho feio, a odiei nos primeiros quatro meses, a amo até hoje. Aquele dia passou de aterrorizante para libertador.

Muitos olharam torto,riram,gritaram de longe "Nega do cabelo duro”, "Volta pra senzala”, "Isso é cabelo de gente?”, mas e daí? Eu decidi ser livre, esse foi o cabelo que Deus me deu, e o que Ele dá não é aberração, é bênção!

Eu floresci, me aceitei. O cabelo fez com que a maturidade chegasse. Com que o amor pela minha cor brotasse e o meu peso deixasse de pesar.
Não vou dizer que foi fácil, por que não foi. Pensava em uma sociedade moderna, livre de preconceitos. Uma sociedade que não mais fazia da cor da pele uma segregação. Bem, não foi o que encontrei. Ainda há sim os perfis aceitos.
O erro não foi da minha mãe, o erro é o estereótipo. Pra quê estereótipo? Por que segui-lo?O único estereótipo que devemos seguir é de Cristo. O resto,enfim,é RESTO!
No dia 15 de outubro, de 2012 pode ter sido um dia comum para qualquer pessoa. Pra mim foi um recomeço.

Hoje ela não frequenta mais o salão que tirou sua química, aprendeu a cuidar os cabelos sozinha (ajudinha de tutoriais do YouTube), mas quando tem alguma dúvida maior recorre a cabeleireira, segundo ela cuidar do black é prático, gosta de fazer hidratações caseiras e finaliza com leving, mas é sincera aparte mais difícil é na hora de pentear. 




 
Erika Roanna, 20 anos, cristã, futura economista e dona de um poderoso black power.





E você qual tua história? Manda pra cá. 




É vedado retirada de fotos sem autorização prévia.

Comentários

  1. Nossa menina que legal sua história, realmente motivadora de mudanças em outras meninas com seu tipo de cabelo.

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