Hoje, vamos conhecer Bruna Boeira, uma mulher negra que não nega suas
raízes e seu gingado cheia de tracejos; então, meninas, vamos conhecer
sua história!!
Oi,
Primeiro quero agradecer a oportunidade de poder compartilhar minha história com outras meninas; iniciativas como essa são muito importantes ora construção da nossa identidade quanto mulher negra em uma sociedade que pouco nos valoriza.
Desde minha adolescência faço química de transformação nos
cabelos. Comecei com relaxamento pra 'domar' o volume e depois de algum
tempo passei para o hena, sem dúvida um dos processos que mais danificou
meu fio. Sempre dizia pra mim mesma e para os outros que meu cabelo não
combinava comigo, via as outras meninas na escola com cabelos lisos
enormes e queria que o meu fosse assim.
Queria que o cabelo fosse como o da minha mãe, liso
escorrido e sem volume. Depois que descobri a chapinha e progressiva
não parei mais. Fazia progressiva a cada três meses e Deus o livre ver
um dedo de raiz, era o fim do mundo.
Foi aí que decidi dar um tempo na química e fazer
tratamentos, caseiros mesmo, pra recuperar os fios. Corri para o Google e
YouTube em busca de receitas, então procurando por reconstrução capilar
encontrei vários canais de cacheadas.
Passar pela transição não é só abandonar chapinhas e
progressivas é aceitar sua identidade afro, é conhecer-se sem ter como
guia os padrões de beleza que a sociedade impõe.
Foto atual |
"Passar pela transição não é só abandonar chapinhas e
progressivas é aceitar sua identidade afro, é conhecer-se sem ter como
guia os padrões de beleza que a sociedade impõe. " Bruna Boeira
Oi,
Primeiro quero agradecer a oportunidade de poder compartilhar minha história com outras meninas; iniciativas como essa são muito importantes ora construção da nossa identidade quanto mulher negra em uma sociedade que pouco nos valoriza.
Bom, vamis lá.
Cabelo com química |
Antes da química |
Mas isso mudou em 2015, depois de fazer duas definitivas em
um curto espaço de tempo tive um corte químico. Acho que demorei um mês
até perceber, mas quando percebi foi aquele chororô. Meu cabelo estava
horrível, com diversas mechas literalmente partidas.
Transição com braids |
E isso sem dúvida foi muito importante, ver que aquelas
meninas não tinham medo de ser exatamente como eram de verdade e que não
estavam nem aí pra opinião alheia.
Então em maio/junho de 2015 decidi entrar em transição
capilar, foram momentos difíceis de autoestima baixa, me achando veia,
mas com o tempo eu percebi que tudo que eu estava passando não tinha só a
ver com assumir meu cabelo natural, era muito mais que isso, era
aceitação.
Cabelo texturizado |
Hoje eu sei, e ainda estou descobrindo minha identidade
quanto mulher negra, hoje eu sei que meu cabelo volumoso e rebelde é
lindo e expressa exatamente quem sou.
E não é uma sociedade preconceituosa que vai me dizer que
ele é feio ou ruim, feias e ruins são as pessoas que nos pitaram a vida
inteira que cabelo bonito é só o liso e arrumadinho.
Hoje, eu me envergonho do tempo que eu tinha vergonha do cabelo. Mas eu sei que é lindo exatamente da forma que é.
Então a mensagem que eu gostaria de deixar para as meninas e
meninos que estão passando pela transição ou pretendem passar por ela
é, faça isso por você, para que possa se libertar e ser quem realmente é
e deve ser. Não faça isso pra ser igual a garota das mídias sociais.
Não saia de uma ditadura pra entrar em outra. Passe pela
transição pra se conhecer, conhecer sua identidade suas raízes, não faça
isso pra ter uma cabelo cacheado extremamente definido.
Passar pela transição é assumir quem se é, é assumir seu cabelo NATURAL, seja ele cacheado, crespo, com frizz, não importa.
Tenha em mente que tudo vai valer a pena e que cabelo bonito é o seu.
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