Olá flor,
Auto estima, nas alturas
Hoje, posso publicar centenas de fotos, descabelada, arrumada, gorda, magra, desarrumada e em todas elas vou está de bem comigo mesmo, hoje, os cometários não me atingem como um bombardeio, talvez, por que tenha entendido que não preciso entrar em nenhum padrão para me sentir bonita ou aceita, tô de bem comigo mesma! E a transição fez parte dessa história, esse momento, foi único e, embora, difícil foi essencial para fazer as pazes com muitas coisas inacabadas em mim.
Já postei diversos post sobre a transição capilar de muitas minas e ainda não tinha sentido necessidade de comentar sobre a minha, mas esse dia chegou, então quem quiser me conhecer um pouquinho mais será bem-vinda!
Para entender por que aderi a química terei que voltar um tempo atrás.
Bem, meu amores, nem sempre fui cacheada; sim de verdade.
Era lisa, quando criança
![]() |
três a quatro anos e meu vestido preferido |
Quando criança meu cabelo era lisinho, tenho algumas fotos que comprovam isso, para os mais céticos, rsrsrs.Passei muitos tempo com meu cabelo liso, o que ao decorrer da minha idade foi mudando, com meu 10 ou 11 anos meu cabelo já estava por completo cacheado, ai começam os problemas, sempre fui uma moleca, de correr, brincar, de se sujar, de não se cuidar, dai meus cabelos começaram dar os primeiros problemas, aquele cabelo cheio, armado, começaram a ser alvo dos colegas de chacotas e brincadeiras, foi nesse momento que percebi que ele não era tão bonito, que quando era lisa não tinha esses comentários maldosos e com isso minha vontade de ser lisa novamente.
Criança sem química
Minha família não permitia que eu fizesse alisamento tão nova, então passei minha adolescência inteira detestando meu cabelo e sendo motivo de piada, comentários maldosos e brincadeiras sem graça. Sim, o lado bom foi que não permitiram que eu enfrenta-se químicas pesadas nesse período em que minha única preocupação fosse em ser criança, tenho relatos de mães que levaram suas filhas desde os cincos anos de idade para os alisamentos, prejudicando a saúde física e capilar da criança.
O mantra de todas as manhãs
Minha rotina pela manhã era lavar os cabelos, sair com eles super molhados e cheios de creme (Acho que muitas de vocês também já fez isso); na menor percepção de cabelo secando tinha duas opções correr para o banheiro e molhar ou prender. Dificilmente, as pessoas me viam com os cabelos secos e soltos e quando viam era os priores flagras de show de horror, tenho que concordar meu cabelo é mega estranho. Internet, naquela época era coisa de outro mundo, aprender a cuidar dos cabelos ou se nascia ou era passado de geração e geração e eu por, infortúnio, não tinha nem um nem outro, aprendi a lidar, criado uma carapaça em que me dividia entre me esconder, me sentir inferior, me justificar (como ele era liso, não sei cuidar dele), enfim muitos elementos que cresceram dentro de mim e na primeira oportunidade alisou o cabelo para se encaixar naquilo que achava era mais fácil.
Meus dias com secador e chapinha
Quase todos os dias lavava, secava e passava a chapinha no cabelo para ir a escola, confesso que estava tão empolgada que não sentia cansaço dessa rotina tão complicada.
Alisei na primeira oportunidade
Nos meus 19 anos com o salário do primeiro empre
go e namorando com meu esposo decidi alisar, meu esposo tecnicamente me conheceu cacheada #sqn porque apesar de não ter alisando quando criança eu me virava de baixo do secador e da chapinha. Com o primeiro emprego e um dinheirinho na conta pude realizar meu meu sonho: alisar, por intermédio de uma amiga me apresentou ao seu irmão, cabeleireiro, Antônio, o primeiro da minha vida, até então não tinha pisado no salão nem para cortar. Se pisei duas vezes num salão foi muito.
Ele tentou desfazer essa ideia de alisamento, conversou por um bom tempo sobre meu cabelo e de como ele era bonito e que um bom corte e hidratação ele ira se transformar, me avisou que para sair da química teria que cortar todo o cabelo, caso me arrependesse, e de como ficaria estragado com o tempo, nessa época não se conhecia a palavra TRANSIÇÃO CAPILAR. Eu estava decidida fui para alisar e nada mais que isso e, assim, fiz; alisei.
A ilusão do alisamento
Por falta de aviso não foi, fiz o alisamento sobe o protesto da minha mãe (Vó) e sobe os conselhos do meu cabeleireiro, quando vi meu cabelo caindo mais que poeira, meu cabelo falho quase careca e muitas pontas duplas, triplas, quantriplas, quintuplas, pensei em desistir da química de não fazê-la mais, no entando, não tinha forças, me sentia bela lisa, tinha horror em pesar em mim cacheada como antes, dos comentários idiotas que deixei para trás junto com meus caracóis, e fui levando até a onde deu. Convivia com meus sentimentos contrabalanceados entre ter um bom cabelo (natural) e um mal cabelo (alisado).
![]() |
cabelo nos primeiros anos de alisamento |
O susto e uma luz no fim do túnel
Foi em um dessas químicas e vendo meu cabelo ir pelo ralo e ficando careca na parte da frente da cabeça que percebi está fazendo um mal danado em mim mesma, mas mesmo assim não tive força para sair. Conversando com uma grande amiga que falou da sua decisão de deixar a química e acabei comentando para ela que também estava com esse desejo, mas não tinha forças. Nesse momento vendo e ouvindo a musica Lord me inspirei para voltar aos cachos. Minha amiga começou a falar de grupos no Facebook destinado para criaturas como eu que queria sair do alisamento, descobri No/Low poo achei o caminho das pedras, CABELO CACHEADO lá vou eu.
O começo de tudo
Por o fim a transição, passei um ano três meses nela, foram bons e maus bocados, choros, raiva, vontade cortar tudo, medo, comentários maldosos, deselegantes, parecia ter voltado ao passado, mas eu tava diferente, tinha amigos físicos e virtuais, tinha inspirações cacheadas, poucas, conheci a make e a moda, conheci melhor meu estilo, fiquei mais ousada, aderi ao vermelho, virei rato da internet para cortes, produtos liberados, conheci os tipos de cabelos, foram longos um ano e três meses.
O corte
O corte, em 2015, foi um dia especial, ao sair do curso perto da faculdade fui no salão @salãosymphonie, na sexta-feira, passei dias pesquisando sobre o local que, na época, era um dos poucos que cortavam cachos a seco e com produtos liberados, cortei com a Lu e a cada pedaço de cabelo era uma estase, medo, alegria e uma nova etapa por em prática tudo que tinha aprendido, pesquisado, testar os produtos, fiz as pazes comigo mesmo!
![]() |
Hoje, posso publicar centenas de fotos, descabelada, arrumada, gorda, magra, desarrumada e em todas elas vou está de bem comigo mesmo, hoje, os cometários não me atingem como um bombardeio, talvez, por que tenha entendido que não preciso entrar em nenhum padrão para me sentir bonita ou aceita, tô de bem comigo mesma! E a transição fez parte dessa história, esse momento, foi único e, embora, difícil foi essencial para fazer as pazes com muitas coisas inacabadas em mim.
Comentários
Postar um comentário
Mande sua mensagem!