A VIDA É UM PRIVILÉGIO

Oiee, quanto tempo não é mesmo?

Passei um bocado de tempo sem escrever por aqui, mas tava super ativa no instagram @blogflordecacho se você ainda não me segue, não perde tempo e corre lá pra me seguir, vai ser um enorme prazer ter você como seguidora. 

O texto de hoje foi uma inspiração do trecho do Livro: VIVER a história de José É UMA e outras crônicas ARTE.  Pág. 91.

A VIDA É UM PRIVILÉGIO. 

Sonhei que tinha e acordei ainda não tenho: percebi que ser capaz de sonhar e acordar é tudo que preciso... o mais é dádiva da graça!

Grifo meu. 

O privilégio

O início da frase do texto, para mim já é impactante, nós nem notamos o quanto somos vitoriosos, até mesmo, especiais antes mesmo de nascermos. Estávamos em uma grande competição, na luta pela vida, uma corrida diante de milhões de espermatozoides, você e eu fomos os vencedores.  Apesar da vida parecer ser tão simples existe uma grande concorrência para se chegar até ela, deixamos para trás mais de 15 mil ou 300 milhões de concorrentes, todos se apresentando a uma única vaga, mas foi você que conseguiu tamanha façanha.

Creio que toda essa competição tem um objetivo, não creio no mero acaso ou coincidência, há algo a mais. O pequeno texto nos revela algo profundo, vindo do coração de Deus, podemos ser capazes de agradecer pela dádiva da vida? Termos nascidos é um privilégio.

Independente da classe social que nascemos, o nome, o peso do sobrenome ou do valor do nosso berço, fomos vitoriosos em algo sublime: A VIDA. 

Não por nosso mérito ou força, afinal nem você sabe porque nasceu, não é? Que força o tomou, ou o que motivou, que intempéries passamos para tamanho esforço entre milhões?  Mas no final, aqui estamos nós. Vencemos.

Diante dessa frase: a vida é um privilégio; vejo o quão Deus tem sido bom para mim. 

A confissão

Não nasci em berço de ouro, minha família enfrentou o alcoolismo, o cigarro, a arrogância, o orgulho, outros vícios e a pobreza que seriam capazes de destruir qualquer família a verdade é: nasci em um lar desajustado, algo que não desejo a ninguém, mas é a minha história e por mais que, um dia, tenha tentado apaga-la, esquece-la, não fui capaz, de vez em quando tudo vinha á tona. Como uma barragem quebrada, por mais que tivesse fortificado a barragem as chuvas vinham se juntavam as águas passadas e a quebrava com uma força abruta. E, mais uma vez, minha vulnerabilidade era exposta e confrontava a mim mesma, tudo de uma só vez.

Minha avó paterna me criou, como filha; pouco via meus pais, não tinha referencial de pai e mãe, e por mais que minha avó tenha tentado preencher esse cargo, ela não conseguiu, porque essa tarefa não era sua competência, não era órfã por mais que tenha me sentido assim por anos. Não estou aqui sendo ingrata com minha vozinha, mas verdadeira, sou o que sou hoje porque ela me amou e me tomou como filha. Ela sabe o quanto a amo e sou grata por tudo.

Sentia um vazio enorme da rejeição, do abandono, da dor, do medo. Fingia que as pessoas a minha volta não eram importantes, ou que não ligavam para o que pensavam de mim, cresci com uma armadura difícil de traspor, insegura, cresci superficial, afinal, quem me machucaria no raso?

Sorriso, carisma, doçura estavam maquiando a dor da minha alma. Olha, nem todo mundo se reveste de revolta, pois há o que somos e o queremos mostrar.

Quando tomei consciência e percebi as falhas e fraquezas dos meus pais senti uma enorme vergonha de ser chamada de filha dos meus pais, eles não eram o que eu queria como pais! Hoje, tenho plena consciência que, também, não fui a filha que eles um dia puderam sonhar.

Fui magoada e magoei, não sai dessa história como um ratinho ferido e não me orgulho do tipo de filha fui, do tipo de atitudes que tomei para com os dois, da raiva, da impaciência, da fata de empatia e do pior de todos o rancor, que quase me destruiu e me impedia de ouvir o que Deus queria para minha vida.

Arrancar as raízes profundas do rancor foi primordial para decidir perdoar os meus pais, o meu passado, a minha história.

De todas as vezes que tive força para sorri no trabalhar do meu Deus esmagando todas as raízes da amargura foi uma vitória, de todas as vezes, que mesmo abatida, a minha alma se regozijou nEle, minhas forças foram dEle e para Ele.

O perdão

Engraçado não era isso que ia escrever, mas enquanto escrevo essas palavras, mais uma vez sinto algo sendo liberado, o perdão, às vezes, precisamos relembrar por que decidimos perdoar. Sim decidir, porque o perdão não é um sentimento é uma decisão que tomamos somente por intermédio do poderio de Cristo, porque por nossa própria vontade é impossível, mas não há nada impossível para Ele.

Mas o que a minha história tem a ver com o privilegio da vida mostrado no início?

Tudo, por muitos anos me perguntava e questionava a Deus porque tinha nascido nessa família, talvez, você tenha chegado até esse ponto da leitura porque se identificou com algo na minha história, então continue a leitura, deixe Deus trabalhar em você assim como ele fez em mim.

Me perguntava porque não podia ter nascido em um lar estruturado, de pais amorosos, carinhosos que se importavam comigo? Vivia no “Se eu tivesse”, e não o que tenho para mudar o futuro da minha história?

Quando fiz a pergunta correta para Deus e um coração disposto a mudança, Ele começou a agir em favor de mim.  Lembro agora da passagem em que Cristo pergunta ao cego de Jericó (Marcos 10:46-52) o que ele queria, mas antes disso ele chamou a atenção do mestre clamando, não era obvio que o cego queria a visão restaurada? Ou que eu queria uma nova história?

E vou dizer algo importante, não foi um processo da noite para o dia, ou um passe de mágica ou a varinha de condão da fada madrinha, e nem mesmo, obtive uma resposta como eu queria ouvir, mas foi no processo de perdão e no procurar me conhecer, que Deus trabalhou e ainda trabalha para o maior plano daqueles que tiveram a oportunidade de vencer a corrida pela vida, ser semelhante a Ele e a salvação. E não quero levar essa conversa para o lado teológico, até porque não sou seminarista, mas foi o meu processo, o agir de Deus em minha vida, a minha pequenez, o meu contato com o mestre que fez a grande mudança nas feridas da minha alma.

Embora estivesse na igreja, porque minha avó era e é uma senhora fervorosa na presença de Deus, eu não o conhecia, eu o lia na bíblia, eu o ouvia, de ouvir falar, mas não tinha contato direto com ele, porque meus pecados impediam de ouvir seu chamado.

Esse processo foi longo, de muitos anos, e que ainda está em processo, cada dia me renovo em suas palavras e aos poucos Ele revela um pouco mais de acordo com o que estou preparada para receber dEle. Sem pressa, no tempo dEle e no meu, o nosso relógio, a nossa história de vida, juntos, está sendo escrita por Ele, pelo maior escritor do universo: Deus. E na minha história escrita por Ele há o processo de renovação do corpo, da mente e do espirito.

Perdoar os meus pais, ainda que não tenha sido logo, me fez ser capaz de perceber a grandeza da vida, agradece-los pela vida, porque afinal de contas só estou aqui porque eles me tiveram, pela minha história, pelas lutas que passei, pelos pais que tive e por minha família.

Meu início não foi bom, mas como qualquer boa história teve uma grande reviravolta e es que tudo se fez novo e é nessa nova escrita que hoje sou uma nova criatura, sei que não sou boa, não sou perfeita, não sou digna, mas que sabe que é pela misericórdia do criador que não somos consumidos e sua misericórdia não tem fim. (As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade.) Lamentações 3:22,23.

Por toda minha caminhada o meu Deus tem me abençoado, me guardado; sou, infinitamente, grata pelo seu mover e amor por mim. Me agarrei a Ele para nunca mais soltar e o ar que eu respiro, e as vestes que uso e como hoje sou conhecida.

Na minha nova história há um casamento firmado nas três dobras, a esperança de uma herança: filhos. Sonhei e acordei. Percebi que ser capaz de sonhar e acordar é tudo que preciso... o mais é dádiva da graça!

Es que Ele me deu muitas dádivas da graça!

Perceber os processos da caminhada é mais importante que a chegada. Chegar todos irão chegar, em algum lugar, mas só aqueles que tem no processo da caminhada algo chamado, Cristo Jesus, poderão ter sua vitória no final da sua chegada.

Eu não sei qual foi sua história, se foi melhor ou pior que a minha, não estou aqui para competir com isso, não sei quais dores você tem carregado até aqui físicas, emocionais, espirituais, mas eu conheço alguém capaz de te fazer vencedor e esse nome eu já disse diversas vezes no descrever da minha história, então, não perca tempo deixe Cristo trabalhar em você porque o início, meio e o fim só cabe a Ele.